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O enfrentamento do luto

  • Psicóloga Elaine C. A. Evangelista
  • 24 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Se a morte chegar para você na semana que vem, você está preparado para enfrentá-la?

Certamente a resposta será não. Assim como também não estamos preparados para lidar com a perda de quem amamos. Crescemos com o pensamento único de vivermos infinitamente, não pensamos no dia da nossa partida ou de um ente querido. A ciência vem evoluindo cada vez mais com recursos tecnológicos que prolongam a vida humana, dificultando, em muitas vezes, a dor da partida.

A exemplificar, quando se espera ansiosamente pela chegada de um bebê, as expectativas e esperança de construir uma nova vida em torno desse novo ser tão desejado, são gigantescas. No entanto, pode haver intercorrências e esse bebê pode vir a necessitar de cuidados intensivos. Assim, sentimentos de medo da morte do bebê são presentes nessas mães que passam a viver o luto de um bebê que está por partir, quebrando toda a idealização de ter um filho. As mães que passam por essa experiência, experienciam os mais diversos sentimentos como medo, culpa, impotência, angústia.


O luto é caracterizado como uma perda de um elo significativo entre uma pessoa e seu objeto, aqui chamado de filho, portanto, um fenômeno mental natural e constante no processo de desenvolvimento humano. A ideia de luto não se limita apenas à morte, mas o enfrentamento das sucessivas perdas reais e simbólicas.


A autora Elisabeth Kubler-Ross divide o processo de luto em cinco fases, que necessariamente não seguem uma mesma ordem e nem todas as pessoas passam por todas as fases, porém, é identificado no processo de luto pelo menos duas delas:

Negação: Uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo acabe negando o problema tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade seja da morte de um ente querido ou da perda de emprego, por exemplo. É comum a pessoa também não querer falar sobre o assunto.

Raiva: Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçado e não se conforma por estar passando por isso.

Barganha: Essa é fase que o indivíduo começa a negociar, começando com si mesmo, acaba querendo dizer que será uma pessoa melhor se sair daquela situação, faz promessas a Deus. É como o discurso “Vou ser uma pessoa melhor, serei mais gentil e simpático com as pessoas, irei ter uma vida saudável.”

Depressão: Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando, melancólica e se sentindo impotente diante da situação.

Aceitação: É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto pra enfrentar a perda ou a morte.

Estudos apontam a importância em identificar o luto complicado do luto ideal, pois muitos são os fatores que antecedem a morte que dificulta o processo de elaboração do luto. Assim, para evitar o luto complicado é fundamental: identificar fatores de risco; delinear tendências sócio-culturais e tecnológicas que possam exacerbá-las; observar o que é necessário ser trabalhado para se evitar um luto complicado.


Há alguns processos importantes para elaboração do luto, entre eles: reconhecer o luto; reagir à separação; recolher e re-vivenciar as experiências com a pessoa perdida; abandonar ou se desligar de relações antigas; reajustar-se a uma nova situação; reinvestir energia em novas relações.

É importante que a pessoa enlutada receba auxílio psicológico para o enfrentamento desse processo, onde possa receber escuta sensível e acolhimento, que ajudará na redução do medo, da angústia e ansiedade, bem como contribuirá para estar psicologicamente inteira, fortalecendo a relação com o enfermo, além de contribuir para o enfrentamento saudável do luto.


 
 
 

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